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Perigo de novas fugas em unidades prisionais do RN causa temor à população

Recentemente o Rio Grande do Norte foi sacudido por uma onda de rebeliões nos presídios e cadeias da capital e do interior, fazendo aflorar a fragilidade do sistema prisional potiguar, onde os presos têm liberdade e ditam regras de dentro das unidades prisionais.

Com essa fragilidade estrutural, logo após os motins, ocorridos entre os dias 11 e 18 de março passado, em 14, das 27 unidades prisionais do Estado, desencadeou-se uma sequência de fugas em massa, nas principais instituições penais do RN. Antes das fugas ocorrerem, por meio das redes sociais, o juiz corregedor Henrique Baltazar, da maior unidade prisional potiguar, a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, já alertava para o perigo das fugas, uma vez que após as rebeliões, todas as grades das celas, dos cinco pavilhões, foram destruídas e os presos ficam soltos nos pátios.

"Não tem como evitar as fugas, uma vez que os detentos estão soltos dentro dos pavilhões, pois as grades todas foram destruídas nas rebeliões. Inclusive novas fugas poderão acontecer se não forem tomadas providências urgentes para que as celas sejam reparadas e eles voltem a ficar trancados nas carceragens", disse o juiz em entrevista concedida ao jornal O Mossoroense, no final de março.

Poucos dias após a entrevista do juiz corregedor, aconteceu a primeira fuga em massa de Alcaçuz, quando no dia 6 de abril, 32 presos do Pavilhão II fugiram por meio de um túnel escavado. No entanto, a situação só se agravou daí para cá, quando na madrugada da última terça-feira outros 35 detentos, do mesmo Pavilhao, usando outro túnel, também fugiram da maior unidade prisional do Estado, somando assim, 67 fugas em menos de um mês.

O agente penitenciário Da Silva, que durante muitos anos trabalhou em Alcaçuz, explica que as fugas deverão continuar, uma vez que o subsolo da unidade carcerária está repleto de túneis escavados. "São escavações antigas, que estão lá há anos, muitas delas esquecidas no tempo, porém, quando uma turma de presidiários dá início a outro túnel, logo localiza os buracos antigos, aí fica fácil sair", destacou o agente penitenciário.

No início deste ano, uma força-tarefa dos agentes penitenciários de Alcaçuz encontrou no subsolo uma verdadeira galeria, com vários orifícios, por onde planejavam fugir cerca de 200 detentos. "Felizmente conseguimos tomar conhecimento do emaranhado de túneis, por meio de uma denúncia anônima, o que levou a abortar o que seria a maior fuga em massa do Brasil", concluiu o agente.

Além dos problemas enfrentados pela Penitenciária de Alcaçuz, após a onda de rebeliões, também foram registradas fugas no Complexo Penal Estadual Agrícola Mário Negócio e na Cadeia Pública Juiz Manoel Onofre de Souza, em Mossoró; nos presídios da Zona Norte de Natal; no Presídio de Parnamirim, na região metropolitana da capital; na Penitenciária Estadual do Seridó e; em várias cadeias e Centros de Detenção Provisória (CDPs) do interior.

Destruição de celas compromete segurança nos presídios do Rio Grande do Norte

Pouco mais de dois meses se passaram após a série de rebeliões que assolaram as unidades prisionais do Rio Grande do Norte, muitas delas ainda continuam em situação precária, após as celas terem sido destruídas nos motins.

O exemplo maior em problemas ocasionados pelas rebeliões é a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, onde a maioria das celas ainda está sendo reparada e os presos transitando livremente pelos pavilhões.

Com isso, a segurança das unidades prisionais fica comprometida, conforme os agentes penitenciários que trabalham no local. "Aqui não temos tranquilidade com essa situação, os presos transitando livremente pelos pavilhões, não nos deixam tranquilos, pois a qualquer momento algo de grave pode acontecer, como realmente está acontecendo com as fugas", explicou o agente, que por medo de perseguição preferiu não se identificar.

Para o funcionário do presídio, a recuperação das celas está em passos lentos, muito embora o serviço esteja sendo executado. "Não é fácil trabalhar em um local onde presos podem quase tudo. O governo era para ter realizado uma força-tarefa para recuperar as celas, não só pelo bem dos presos, mas pela nossa própria segurança. Isso aqui é uma bomba fracionada que está explodindo aos poucos", ressaltou o agente.

Já nas instituições prisionais do interior, em especial às de Mossoró, as avarias deixadas pelos presos nas rebeliões não causaram muitos problemas, no entanto o risco de fuga tem se tornado iminente, inclusive com algumas fugas registradas.

O Mossoroense

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