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Jovens desafiam autoridades policiais plantando maconha para consumo próprio

Atualmente o consumo de entorpecentes tem crescido assustadoramente na região Oeste do Rio Grande do Norte, mesmo com o combate intensivo das autoridades policiais, que constantemente tem realizado apreensões para coibir o tráfico e o consumo.

No entanto, diante dessa repressão, alguns jovens de cidades oestanas têm desafiado as autoridades policiais cultivando maconha em casa, para consumo próprio, conforme depoimento de pessoas, dados com exclusividade ao jornal O Mossoroense.

Segundo relatou uma estudante universitária de 22 anos, que desde os 17 fuma maconha, é preferível plantar a erva em ambiente doméstico, para ter a certeza de um produto de qualidade e sem a mistura de substâncias tóxicas, do que ir à procura em bocas de fumo.

"A maconha plantada em ambiente doméstico é pura e de boa qualidade, sem mistura de agrotóxicos. Comprar a maconha em uma boca de fumo, além de ser perigoso, é a certeza de ter um produto de péssima qualidade, devido vir misturado com outras ervas nocivas à saúde", explicou.

A estudante conta que ela e um grupo de amigos frequentemente plantam a droga em lugares exóticos, alternando a localização do cultivo, para driblar a fiscalização, não só da polícia, mas também dos pais.

"Minha mãe sabe que fumo maconha. No início ela não aceitava essa ideia, porém expliquei que é uma planta natural, sem uso de substâncias tóxicas, que da um relaxamento na pessoa durante a curtição", disse.

A garota narra que a sua mãe só se tranquilizou e aceitou seu gosto pela maconha, após tomar conhecimento de que ela não iria frequentar boca de fumo para conseguir o produto. "É bem mais seguro plantar a maconha, pois quando falei para minha mãe, ela logo me alertou para não frequentar boca de fumo", ressaltou.

O mecânico Antônio Arruda Ananias, residente em uma cidade do Médio Oeste potiguar, destacou que também planta maconha em casa para consumo próprio. Usuário da erva desde os 16 anos e hoje com 36, o homem disse que todos esses anos consome maconha e nunca se envolveu em confusão com a polícia.

"A maconha é uma espécie de hobby, uso só para relaxar quando as coisas ficam tensas. Geralmente planto em locais diferentes, para não dar na vista da polícia, que mesmo sendo plantador doméstico sei que se for pego me complico com a justiça", narrou.

O mecânico disse que essa prática de plantio doméstico seria para ter um produto de "qualidade limpa" e para evitar frequentar pontos de vendas de drogas. "Os locais onde se vende drogas são geralmente muito perigosos, pois gente de toda espécie visita as bocas e não quero me misturar, pois não sou viciado e sim, apreciador da maconha", concluiu.

O delegado Denys Carvalho da Ponte, titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Mossoró e que por muitos anos esteve à frente da Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc), explica o perigo de se cultivar maconha em casa. "Olha, a maconha é um entorpecente proibido no Brasil. Isso quer dizer que, se uma pessoa for pega plantando, mesmo que para consumo próprio, isso é ilegal e essa pessoa vai responder na forma da lei por tráfico de entorpecente", concluiu.

"Plantar maconha em casa não é nada inteligente e pode causar problemas com a justiça e com traficantes", disse um ex-viciado

O serigrafista Joé Maria Silva, que durante 13 anos foi viciado em drogas e atualmente faz tratamento para deixar o vício, contou que plantar maconha em casa é apenas um pretexto para consumir droga mais fácil. "Comecei plantando maconha para fumar em casa. Depois comecei a vender o produto para meus amigos e logo passei a ser tachado de traficante, o que levou a despertar a ira de outros traficantes que achavam que eu queria tomar seu lugar na venda de drogas. Cheguei a sofrer dois atentados e por pouco não morri", contou.

Joé disse que através da maconha passou a usar outros tipos de drogas até se tornar viciado, a ponto de dormir na rua. "Cheguei ao fundo do poço, inclusive usando crack, a droga mais infeliz que existe no mundo. Graças a Deus encontrei pessoas que estão me ajudando a dar a volta por cima e há dois anos não mais uso drogas", concluiu.

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