Rio de Janeiro (ABr) – Pelo menos 1.890 pessoas foram autuadas em 17
bairros, entre a zona sul e o centro da capital fluminense, no primeiro
mês do Programa Lixo Zero, iniciado no dia 20 de agosto. Entre as
autuações, a maioria foi por descarte de pequenos resíduos, cuja multa é
R$ 157. O balanço do primeiro mês foi apresentado pela Companhia
Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), responsável pelo projeto. Segundo
a empresa, a redução do recolhimento de lixo nas ruas da cidade chega a
aproximadamente 46%.
A companhia informou que, entre as regiões
fiscalizados, o centro foi o local com maior número de infrações, com
1.444 multas aplicadas. Já o bairro da Urca, na zona sul, só teve uma
irregularidade constatada. De acordo com a Comlurb, durante a semana,
entre as 10h e as 12h, é quando ocorre a maioria das autuações. Cinco
pessoas foram conduzidas à delegacia por não apresentar o documento de
identificação.
ara o presidente da Comlurb, Vinícius Roriz, a falta de lixeiras na
capital fluminense não é motivo para as pessoas poluírem as ruas.
“Lixeira não é fundamental para se manter a limpeza urbana. Estamos
comprando mais lixeiras. Nós tínhamos 30 mil antes do Lixo Zero começar,
havíamos comprado 7 mil e já instalamos boa parte dessas. Estamos
comprando mais 7 mil até o final do ano. Mas as pessoas tem de entender o
seguinte: quando você leva seu lixo para casa, você está diminuindo o
custo de limpeza urbana”.
No início no projeto, a equipe de
fiscalização era composta por um guarda municipal, um fiscal da Comlurb e
um policial militar, mas agora a presença do PM está sendo reduzida.
Roriz explicou que a presença da autoridade policial na equipe de
fiscalização do programa nem sempre é necessária. "De 1.890 multas que
foram aplicadas, nós tivemos cinco problemas [com transeuntes] que
precisaram ser conduzidos à delegacia”, explicou.
Segundo o
dirigente, a participação do policial militar no programa é cara, porque
os integrantes da corporação estão trabalhando no dia de folga.
“Reduzimos proporcionalmente [o número de policiais] ao problema que nós
enfrentamos na rua. A gente achou que poderia enfrentar mais problemas,
mas não estamos enfrentando”.
Segundo Vinícius Roriz, nas
próximas semanas o programa vai chegar em bairros da zona norte, como
Méier, Madureira e Tijuca, e em Campo Grande, na zona oeste. Ele ainda
informou que será feito, a partir de outubro, uma blitz do Programa Lixo
Zero, pelo qual os agentes irão para diferentes bairros, sem aviso
prévio, para fiscalizar e autuar as pessoas que sujarem as ruas.
No
centro, onde o Lixo Zero foi implantado inicialmente, o universitário
Rodrigo Brandão, 21 anos, aprovou o programa. “É necessário para que a
população possa se conscientizar a deixar a cidade mais limpa. O que vem
sendo feito já mostra uma redução de lixo na rua. Mas ainda precisa ter
uma fiscalização maior da prefeitura. E precisa ter mais lixeiras”,
cobrou.
Aterros começam a receber estações de tratamento
Rio
– A pesar de o Rio de Janeiro ter acabado com os lixões, o estado
precisa avançar no que diz respeito à coleta seletiva. Esta é a opinião
do secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc e foi feita durante a
1ª Conferência Municipal de Meio Ambiente, que reuniu governantes,
autoridades, empresários e membros da sociedade civil no Parque da
Quinta da Boa vista, na zona norte da cidade. No encontro, o secretário
anunciou que os aterros sanitários de Itaboraí, São Gonçalo, Belford
Roxo e Seropédica, na região metropolitana do Rio, terão estações de
tratamento de chorume. Segundo Minc, a expectativa é que elas sejam
construídas entre janeiro e março do ano que vem.
Para o
secretário, é preciso conscientizar a população sobre a necessidade de
maior envolvimento na questão ambiental. "Todos os governantes são
favoráveis à coleta seletiva. Então por que os nossos níveis de coleta
seletiva são tão fracos? Em todo Estado, menos de 3% do lixo são
separados, no município estamos com menos de 2,5%. É preciso estimular
as pessoas levando os agentes sanitários as suas casas para dar
informações. Ao mesmo tempo, as companhias municipais têm que dar uma
resposta para esse cidadão que separa o seu lixo", disse Carlos Minc.
Da Tribuna do Norte
0 Comentários