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A seca nossa de cada dia


Do Nominuto

A seca no Nordeste após trinta anos volta a ser assunto no noticiário nacional. No Rio Grande do Norte, estado que faz parte da região castigada pela falta de chuvas não poderia ser diferente. Ainda na última sexta-feira (23) o assunto foi tema de debate na Assembleia Legislativa.

Os diversos problemas dos agricultores e dos municípios do RN diante do agravamento da seca foi o destaque no pronunciamento do deputado George Soares (PR) na última sexta-feira na Assembleia Legislativa, aparteado por vários colegas. Dívidas, morte do rebanho e a escassez de recursos, entre outras consequências que vem tornando a situação dos produtores cada vez mais graves, foram citados pelo parlamentar.

Soares embasou seu discurso em recente artigo do economista assuense Antônio de Paula Batista e ao final apresentou ao governo sugestões para minimizar os problemas, como a recuperação de poços nas diversas regiões; a disponibilização de crédito emergencial; a assistência rural e o reforço na oferta hídrica do estado.


O assunto me faz lembrar o saudoso Monsenhor Expedito, apelidado de “o pastor das águas”. Foi no governo Garibaldi Alves que Monsenhor Expedito viu tornar-se realidade seu antigo e acalentado sonho de democratização do uso das águas, com o projeto de adutoras do então deputado Elias Fernandes. Data do início da década de 1970 o sonho de Monsenhor Expedito de levar água da lagoa do Bonfim para regiões castigadas pela seca no estado. Sonho concretizado no governo Garibaldi na década de 1990.


No final de 2001, cerca de 1.200 quilômetros dessas adutoras levavam água à 46 cidades e 146 comunidades do interior potiguar, beneficiando então 1,2 milhão habitantes, metade da população na época do Rio Grande do Norte. Foram investidos R$ 493 milhões, recursos estes do governo estadual com contrapartida do governo federal e Banco Mundial.

Disse o governador Garibaldi Alves, na época, que os custos não importavam, o seu governo tinha a determinação de concretizar esse sonho, ou seja, de realizar a esperança do sertanejo e arrematou:

- Posso afirmar, sem ferir a modéstia, que a partir da assinatura da Lei 6.098, de 1° de julho de 1996, que criou o Programa de Recursos Hídricos, foi aberto um novo caminho no semi-árido do RN. Foi inaugurado um novo ciclo, consistente e definitivo, que leva ao desenvolvimento sócio-econômico e que passa necessariamente pelo caminho das águas.


O que ocorreu nos últimos dez anos no Rio Grande do Norte para a problemática da seca voltar a pauta, se o Programa de Recursos Hídricos, teoricamente, era a solução? A água da Lagoa do Bonfim que abastece as adutoras foi reduzida? Aliás, motivo de polêmica na época. O programa não teve a devida continuidade nos últimos governos? A construção de novas e grandes barragens previstas no programa não foram concretizadas? Estas perguntas precisam e devem ser respondidas!

O fato é que ao que parece o Programa de Recursos Hídricos não acabou com a seca. Na verdade, desde que o Brasil é Brasil se tenta encontrar uma solução para o problema. mas a natureza é mais forte do que o homem. A seca não se combate, se aprende a conviver com ela. Enquanto o homem não aprender isso haverá sempre alguém querendo tirar partido disso.

Aliás, que venha a transposição do São Francisco!



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