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Como superar a perda de uma pessoa querida?


Crônica do radialista Sueldo Andrade pelos 2 anos de saudade do seu filho Paulo Anderson.

Como superar a perda de uma pessoa querida? Existe uma forma melhor de enfrentar a morte? Como continuar a viver sem a pessoa que era o motivo do nosso viver?

Não sei, mas gostaria de saber. Só sei que a dor que sentimos quando perdemos alguém é a maior que podemos passar na vida. Não há nada mais doloroso que isso. Uma briga com o filho; uma discussão com a esposa ou um desentendimento com o amigo são problemas superáveis. Dependem apenas de tempo ou coragem suficiente de todos para reverem seus pontos de vista.

Já a morte não espera e nem quer negociar. Não obedece ao tempo e muito menos à consciência. Aparece quando menos esperamos e derrota toda a nossa esperança e fé na vida.

A morte entra de uma forma brutal na vida. Corrói o coração de uma pessoa e estraçalha seus sonhos. Aniquila sua força para viver e parece que vai quebrá-la por inteiro e destruí-la. É uma dor que não some. Pelo contrário, consome cada momento bom da vida. Sem a menor piedade e muito menos sem pedir licença. Uma dor gigantesca. Indescritível em palavras.

A impossibilidade de se conversar com a pessoa que faleceu, ouvir sua voz, saber sua opinião ou tocá-la é devastadora para aquele que ficou. Uma foto, uma música, um aroma ou um objeto bastam para lembrar o ente querido. A dor de sua ausência reaparece a cada instante e cada vez mais forte. É impossível parar essa dor. Ela sangra incessantemente dentro da pessoa. Questionamentos acerca do sentido da vida aparecem e desolam familiares e amigos. A culpa também surge, pois é muito comum pensar que poderia ter sido feito mais para a pessoa viver. Portanto, é uma fase repleta de emoções tremendamente dolorosas sentidas cotidianamente. Em resumo, é o próprio inferno vivido na terra. É uma dor maior que a própria pessoa e que parece que vai matá-la. O que de certa forma seria um alívio para esta nesse momento terrivelmente doloroso.

Mas isso não é possível de acontecer sem ser de forma trágica. A vida continua e só há uma forma de salvação que eu acredito que possa diminuir tamanha dor. É preciso lutar para que o coração não se empedre para receber o amor daqueles que ficaram. A amargura provocada pela morte precisa ser superada, na medida do possível e aos poucos, pela alegria e doçura da vida.

De nada adianta negar, fugir ou sufocar a dor. Só existe um caminho para superá-la. Enfrentá-la! Com muita perseverança e força. Caso contrário, o pior pode acontecer: Morrer em vida. Tornar-se uma pessoa extremamente amarga, dura, sem brilho nos olhos e sem a capacidade de aproveitar verdadeiramente os bons momentos que a vida ainda pode lhe proporcionar.

Com boas intenções é comum que familiares e amigos evitem ouvir a dor daquele que ficou, pois não suportam em si mesmos a dor da perda ou acreditam ingenuamente que ao conseguirem evitar a lembrança da perda também evitarão o impacto da dor. Assim, preferem não tocar no assunto ou, pior, forçar uma alegria falsa. Neste contexto, a solidão assolapa o coração daquele que ficou e torna cada vez mais insuportável e dolorosa a sua vida.

É neste momento que a psicoterapia se torna fundamental, pois facilita o processo de elaboração do luto e torna a perda menos dolorosa.

Acredito que ao superar a dor da perda, a pessoa vive melhor. Mais livre. Passa a perceber como são preciosos cada momento que desfruta com as pessoas que são importantes em sua vida. Passa a não gastar mais energia com discussões irrelevantes. Desenvolve plena e total consciência de que a vida é valiosa demais para dar atenção para esses pormenores.

Portanto, não esperem que alguém querido morra para conseguirem dar valor para sua vida ou das pessoas que você ama. Viva bem a sua vida! Agora! Coragem! Mostre o seu amor a quem ama. Beije-os e abrace-os! Nada é mais prazeroso na vida do que isso.

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1 Comentários

  1. Muito bonita e emocionante a crônica de Sueldo Andrade... É examente como ele descreveu! Parabéns pela crônica, Sueldo!

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