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Comunidade rural se une para combater a pobreza


Ações que valorizam a organização popular, a segurança hídrica e a educação ambiental é uma  realidade no Assentamento Remédio
     Os moradores do Assentamento Remédio, a 9km de Umarizal (RN), conhecem bem as dificuldades de se morar em um local onde a distribuição de água é desigual. Jenílson Fernandes lembra que quando foi morar no Assentamento – há 12 anos - sua família tinha de ir em uma carroça pegar água em um sítio na comunidade de Sebastiopol, em Umarizal, e a cada dois dias uma nova ida ao sítio que fica a 4km deveria ser feita para ter água de beber e cozinhar. Os demais moradores retiravam água de açudes e, quando estes começavam a secar com a falta de chuvas, a comunidade era abastecida com carros – pipas. Era preciso uma intervenção urgente para amenizar as dificuldades daqueles assentados e assentadas do semiárido potiguar.
     O acesso à água sempre foi difícil, mas os moradores se organizaram e fizeram intervenções para que
esse direito fosse conquistado. A Associação Comunitária de Agricultores (as) do Projeto de Assentamento Remédio por muitas vezes se reuniu com políticos, com o Incra e a Diaconia para achar uma solução para a comunidade. Essa mobilização deu resultado. O apoio chegou em 2002 quando a Diaconia, através do Programa 1 Milhão de Cisternas, construiu reservatórios de 16 mil litros para todos os moradores do Assentamento Remédio. A cisterna consegue armazenar com qualidade a água da chuva durante o período seco e, com uma boa manutenção, a tecncinete_remdio.jpgologia proporciona água limpa para consumo humano. Já para os afazeres domésticos e produção, os moradores usam a água dos cacimbões e açudes da Fazenda e Toco. Em 2005, o Projeto Dom Helder Câmara reformou o açude do Toco e construiu 9 barragens subterrâneas que são utilizadas para produzir forragem animal.
     Mas os benefícios não pararam por aí. Em 2008, a agricultora Francisca Raimunda, mais conhecida como Cinete, foi beneficiada com um quintal produtivo com canteiros econômicos. Não demorou muito e a moradora Josivânia Fernandes também se interessou e foi beneficiada com a mesma tecnologia. Desde então, as duas moradoras do Assentamento Remédio estão aprendendo a produzir hortaliças com a pouca quantidade de água disponível no local. Na área de Josivânia existem 5 canteiros econômicos, dois pés de caju e plantas medicinais. Já na área de Cinete é possível ver muitas frutas, hortaliças, plantas medicinais e, ainda, a criação de abelhas sem ferrão.
    vaninha_remdio.jpg A horta de Josivânia também tem tido outra serventia para a comunidade. Ela é professora e, uma vez por semana, reúne seus alunos e alunas para uma aula de campo no quintal produtivo. “Com essa prática e vendo todo o desenvolvimento da planta, ficou tudo mais fácil para os alunos. A vontade deles cresceu ainda mais e as notas têm melhorado bastante. Quando voltamos para a sala de aula com os questionamentos, os alunos são capazes de fazer uma redação sobre o que viram”, observa a professora Josivânia. O interesse é tanto que o estudante Raí Alves da Silva, com 10 anos, já construiu uma pequeno roçado para ele. Já é possível ver cebolinha e coentro na sua pequena horta.
     Todos os produtos orgânicos cultivados nesses quintais beneficiam a comunidade e parte dessa produção é levada para a escola e tempera a merenda da Unidade Escolar XXVIII Professora Zélia Fernandes Dantas que recebe alunos de 6 a 11 anos. A ação ajuda a comunidade a ter uma educação ambiental que vai agregar valor na formação das crianças e jovens do Assentamento. As duas moradoras também receberam uma caixa de água com 3 aneis. A caixa é feita com as fôrmas que constroem os banheiros redondos, os silos de silagem e os cacimbões. Essa tecnologia armazenam até 3 mil litros de água para o período seco. A implantação dos quintais produtivos e caixa com 3 aneis foi uma realização da Diaconia por meio do Projeto Segurança Alimentar, Renda e Inclusão Social de Famílias Agricultoras, da Comissão Europeia, e conta com o assessoria técnica do Projeto Dom Helder Câmara.
Por: Marcelle Honorato
Assessora de Comunicação e Mobilização de Recursos 
Fonte: Diaconia.org

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